Após dar o que falar nas redes sociais sul-mato-grossenses e atrair diversos visitantes ao Bioparque do Pantanal, maior aquário de água doce do mundo localizado em Campo Grande (MS), Gaby Amarantos retornou e deu um show para os visitantes. Mas, não estamos falando da cantora e atriz famosa Gaby Amarantos, e sim da sucuri-verde de três metros que habita o tanque Banhados Sucuris no Bioparque. Gaby estava afastada do local pois seu tanque precisou passar por manutenções.

(Foto: Bruno Rezende)

Sucuri-verde Gaby Amarantos 

A sucuri-verde, veio para a Capital depois de passar por um resgate no Pará. A serpente vivia em uma área de preservação, pois ainda muito jovem foi encontrada cheia de ferimentos, por conta de uma provável captura, e não tinha capacidade para voltar à natureza.

“Nós tínhamos o tanque Banhados Sucuris no projeto do aquário, mas não podemos retirar um animal da natureza, habitat que está acostumado, para colocá-lo em um tanque. Então, ficamos muito felizes em receber a cobra em nosso espaço, que foi todo pensado para sua espécie e qualidade de vida”, contou a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.  

Escolha do Nome 

O nome dado a sucuri foi uma ideia do governo de Mato Grosso do Sul como forma de homenagear sua origem paraense. Foram colocados para votação, pelo Instagram oficial do Bioparque Pantanal, três nomes de famosas artistas da região: Gaby Amarantos, Fafá de Belém e Joelma. A competição foi acirrada e Fafá de Belém até puxou mutirão de votos para a escolha do nome, mas Gaby Amarantos conquistou o título de virada nas últimas horas de votação. 

A diretora-geral do Bioparque revelou que toda a equipe do local ficou feliz com o engajamento em torno da votação, mas confessou que não esperava por tamanha repercussão. Ela também explicou que toda a influência fez com que a população prestasse mais atenção à história da cobra e fosse a conhecer de pertinho, tornando assim a sucuri Gaby Amaranto em uma celebridade na cidade de Campo Grande

Adaptação 

De acordo com a bióloga Carla Kovalski a adequação da cobra ao tanque é considerada um sucesso, mesmo passando por processos de captura, transporte e mudança de ambiente. Logo na sua chegada, Gaby esteve mais quietinha no seu canto, a bióloga explica que isso é um comportamento normal dado aos procedimentos de transporte e troca de ambiente. Com o passar das semanas, a sucuri foi conhecendo o tanque e já era possível vê-la nadando e explorando o recinto.

“A adaptação da Gaby está sendo muito positiva, olhando de fora às vezes parece que demora um pouquinho, mas quando falamos de comportamento animal a gente não tem pressa, vai avaliando e melhorando as estratégias para acelerar a adaptação dela”. 

explicou Carla.

Recentemente, sempre pensando no bem-estar do animal, foram realizadas melhorias no recinto da cobra, porque ao longo dos meses, e das observações feitas, foi possível ver quais eram as preferências da moradora do tanque Banhados Sucuris. Os profissionais viram que a sucuri gostava de substratos mais rochosos e da presença de mais troncos. Quando Gaby retornou após a manutenção, ela explorou e deu um show para quem estava visitando o aquário no dia: a cobra nadou muito e chamou a atenção dos visitantes. 

Dentro do tanque existem diversas opções para que a Gaby escolha qual vai ser seu mood (preferência) do dia. Se ela quiser se expor mais ou se esconder, caso não queira ser vista. A bióloga Carla Kovalski explica o motivo: “O desejo da sucuri precisa ser respeitado, mesmo um animal em exposição precisa dessa opção de ter um esconderijo, uma área em que se sinta seguro e que não possa ser visto se não quiser. Através das observações conseguimos melhorar seu recinto e hoje ele atende todas as demandas dela”. 

Rotina

Banhos de sol, escapadinhas (brincadeiras à parte) e rolêzinhos pelo bioparque? A Gaby tem! Às terças e quintas-feiras a sucuri tem uma horinha de banho de sol, pela manhã para aproveitar o sol matinal. Durante uma hora, a cobra sai de seu tanque e vai para um local específico pegar aquele solzinho agradável. O cronograma da sucuri quase nunca muda, sendo seguido rigorosamente, salvo dias em que a previsão é de chuva e/ou frio. 

Durante os outros dias da semana, Gaby é muito respeitada e é evitado o contato desnecessário com ela. Manejos em excesso com o animal causam estresse, afetando sua alimentação e manejos futuros. O manuseio da sucuri é feito apenas quando existe necessidade e somente para a manutenção de seu tanque, priorizando sempre o seu bem-estar

(Foto: Eduardo Coutinho)

Gaby e o público 

A relação da sucuri-verde com o público é relatada como tranquila e muito positiva, as vezes dependendo do clima e da temperatura, dias frios por exemplo, é bem provável que ela se feche, por ser um réptil e não conseguir manter a temperatura do corpo estável sem fontes secundárias. 

Segundo a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, o tanque da Gaby, Banhados Sucuris, é bem procurado. “O tanque dela é um dos mais aglomerados. As crianças chegam ansiosas perguntando pela cobra”, declarou. 

E mesmo, às vezes, sendo vista pelas pessoas como um animal perigoso e “mau-caráter”, o Bioparque quer mostrar para seu público que isso não é bem verdade. A Gaby é uma sucuri muito tranquila, e quando está estressada apenas se esconde.

“Queremos mostrar que ela não é as coisas ruins que pensam de sua espécie, e que devemos respeitar seu espaço, preservando assim suas vontades”.

explicou a diretora-geral.