Covid preocupa mas não espanta público no Lollapalooza

Após dois anos de espera, o Lollapalooza marcou seu retorno ao Brasil com shows de artistas nacionais e internacionais. O festival de música ocorreu no autódromo de Interlagos, em São Paulo, de 25 a 27 de março de 2022, e reuniu 300 mil pessoas em três dias de festas.  O site oficial do Lollapalooza Brasil divulgou o “line up” do evento, assim como os protocolos necessários para a entrada no local onde o evento é realizado desde 2014. 

A estudante Julia Harterlsberger, de 18 anos, que compareceu ao festival no dia 26, comentou sobre o início do evento. “Na entrada tínhamos que apresentar o passaporte de vacinação físico ou virtual, com no mínimo duas doses da vacina contra a covid-19 “. Julia ainda comentou sobre as aglomerações durante os espetáculos “havia muita aglomeração, isso era inevitável, o festival estava com quase 250 mil pessoas,  um dos shows mais esperados era o da cantora Miley Cyrus, o rapper Asap Rocky e o DJ Alok. Eles iam se apresentar no dia 26, fazendo com que fosse o dia que mais reuniria pessoas”. 

Moradora de Campo Grande, Julia relata que, apesar de estar contente com a volta dos eventos, não voltaria para um show de grande escala tão cedo, embora a taxa de vacinados seja grande, o risco de contrair o vírus ainda era uma preocupação, podendo afetar toda a sua rotina na volta à Capital. A proposta de ir para o Lollapalooza veio de seu pai, que mora na cidade sede e tinha os ingressos desde 2019, Julia informou que teve menos de um mês para se organizar para a viagem e não tinha certeza de sua ida por questões de biossegurança.  

Dias antes do Festival, no dia 17 de março, a prefeitura de São Paulo anunciou a liberação do uso de máscaras, contudo, continuou com o uso obrigatório em transportes públicos. A acadêmica Maria Eduarda Pontes expôs a dificuldade de utilizar os transportes coletivos durantes os dias de estadia na cidade. “Muitas pessoas sem máscara, mesmo com a obrigatoriedade, muita aglomeração dentro dos ônibus e estações de metrô, risco não só de contaminação, mas de assaltos também”. Maria também citou que durante todo o evento pouca gente utilizou  máscara, mas que a maior parte da equipe de produção optou pelo uso. 

O festival de música alternativa foi criado em 1991 por Perry Farrell, vocalista da banda Jane’s Addiction e teve sua primeira edição nos Estados Unidos. Trazido para o Brasil em 2012, sua estreia foi no Jockey Club, o evento que surpreendeu o público, acontecia todos os anos desde sua estreia, contudo, a pandemia do Covid-19 fez eventos com grandes aglomerações serem adiados, e não foi diferente com o Lollapalooza Brasil, depois de longos dois anos de espera, pessoas que compraram os ingressos em 2019, conseguiram resgatar e ir ao festival esse ano. O público conta que apesar dos riscos de contaminação, foi uma experiência inesquecível, “É muito bom poder sentir esse gostinho de normalidade de novo”, concluiu Julia.