A importância da educação especial

A educação especial é um tipo de ensino que tem como objetivo principal estabelecer a igualdade de possibilidades e oportunidades na educação. A professora e especialista Jucelia Linhares Granemann de Medeiros, de 50 anos, conta um pouco sobre sua trajetória na área de educação especial, Graduada em pedagogia, especialização em educação especial, psicopedagogia, libras, deficiência auditiva, mestrado em educação, doutorado em educação, pós doutorado em educação, pós doutorado em psicologia, Jucelia comenta alguns desafios pessoais na área da educação e seu projeto desenvolvido juntamente com os alunos na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

Entrevistadora: Há quanto tempo você está na área da educação? 

Jucelia Linhares: 32 anos, trabalhei na educação básica, educação infantil, ensino fundamental, no início da minha carreira eu fui para a educação especial, foi uma área que eu acolhi, que eu tive dentro da graduação me despertou interesse, e quando fui aprovada em uma concurso tive a possibilidade de assumir na educação especial, e quando assumi foi aonde eu permaneci. Fiz especialização em educação especial na UEL que me abriu portas para trabalhar na secretaria de estado da educação. 

foi uma área que eu acolhi, que eu tive dentro da graduação me despertou interesse, e quando fui aprovada em uma concurso tive a possibilidade de assumir na educação especial, e quando assumi foi aonde eu permaneci.

Entrevistadora: Qual a importância da educação especial ? 

Jucelia Linhares: É muito importante no sentido da formação e do preparo do futuro professor ou mesmo da atuação do professor para se trabalhar com o aluno com deficiência, o que é muito importante na questão da educação especial? Não é somente sobre você escolher métodos, recursos e sim como você interage com o aluno, tem pessoas que precisam ser sensibilizadas com relação às necessidades do aluno, da pessoa com deficiência e aí que eu vejo a grande importância da disciplina de educação especial.

Entrevistadora: Quais são os princípios e como funcionam as aulas de educação especial na universidade?

Jucelia Linhares: Nós temos uma carga horária de 68 horas ou 51 horas, a nossa preocupação é uma carga horária bastante reduzida se a gente for ver a importância. Eu sempre busco trazer essa sensibilização de trazer pessoas com deficiência para discutir, falar, trazer depoimento, profissionais, pais, para nós estarmos discutindo a de fato a realidade e a necessidade das pessoas com deficiência, foco bastante no trabalho pedagógico, nas visitas dos alunos às instituições, para conhecer um pouco mais de perto e eu sempre tento conciliar a questão teoria e prática. 

Entrevistadora: Quais os desafios da educação inclusiva?

Jucelia Linhares: O maior desafio é despertar nas pessoas, porque ainda existe muita resistência e muito preconceito com relação à pessoa com deficiência, muitas vezes a gente percebe em um grupo maior, pessoas que ainda apresentam determinadas reações, situações que não aceitam que é possível a inclusão de pessoas com deficiências, acredito que essa seja a principal dificuldade, nós temos hoje uma geração muito aberta, que tem um olhar diferenciado, então nós temos que ter mais otimismo, nós vemos os alunos saindo das licenciaturas saindo motivados a trabalhar com pessoas com deficiência.

O maior desafio é despertar nas pessoas, porque ainda existe muita resistência e muito preconceito com relação à pessoa com deficiência.

Entrevistadora: É possível implantar em todas as escolas professores especializados em educação especial ? 

Jucelia Linhares:  é preciso uma estruturação na educação especial, por exemplo, uma equipe de apoio que dê suporte à escola, precisa de uma projeto político pedagógico que contemple essas questões, que a escola tenha recursos para fazer as adaptações, para formar, que todos os professores tenham um preparo, o professor deveria ser formado e capacitado constantemente para que quando ele tenha um aluno não seja aquele susto, aquele impacto, “e agora o que que eu faço?”. 

Entrevistadora: Qual o projeto que você desenvolve aqui na Universidade Federal? 

Jucelia Linhares: Aqui no campus de Campo Grande eu trabalho com educação especial e algumas disciplinas pedagógicas, sempre foco no projeto de inclusão de alunos com deficiência, o aluno precisa sair de certa forma, sentindo-se preparado e motivado para ir se atualizando, porque a nossa formação não é pronta, a todo momento precisamos estar nos atualizando e temos que desenvolver essa capacidade, paralelo a essa disciplina, eu desenvolvo alguns projetos, nós temos o Lepta, laboratório de ensino e pesquisa sobre tecnologias assistiva, onde nós fazemos algumas pesquisas e estudos, construindo alguns materiais para efetivamente fazermos um atendimento nas escolas, instituições, hoje nós estamos voltando com um projeto que paramos durante a pandemia, dentro dos hospitais, onde os alunos vão até o hospital, nós planejamos atividades pedagógicas recreativas com os alunos de todos os setores, estamos nos preparando para o futuro professor atuar nesse espaço com alunos hospitalizados no tratamento de saúde, isso é bastante importante, o projeto vagalume, nome escolhido pelos alunos.