O debate dos candidatos ao governo do estado de MS, promovido pela Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul(FETEMS), nesta quinta-feira(15/09), teve notáveis situações de desentendimento entre candidatos. Ataques ao ex-governador André Puccinelli(MDB), vaias ao ex-secretário de Governo, Eduardo Riedel(PSDB), Capitão Contar(PRTB), e ao ex-prefeito da Capital, Marquinhos Trad(PSD) e falas de acusação de corrupção e problemas da gestão do governo estadual atual.

Riedel atacou a esposa do deputado estadual Capitão Contar(PRTB), Iara Diniz(PRTB). Além disso, o primeiro candidato indígena a governador, Magno de Souza(PCO), foi destaque com suas denúncias de abandono das aldeias indígenas, ocorrido em governos anteriores. 

Logo no primeiro bloco de apresentação dos candidatos, realizado no teatro Dom Bosco, o tucano Eduardo Riedel foi vaiado durante e após seu discurso por dizer que, a partir de outubro, o salário dos professores efetivos da rede estadual de educação será de R$10.833,00, o 1° colocado no ranking nacional. 

No segundo bloco, quando os candidatos poderiam escolher a qual adversário fariam uma pergunta, a candidata do União Brasil, Rose Modesto, chamou Puccinelli de “inimigo da educação” dado ao fato de que, durante o seu tempo de governador, o emedebista entrou na justiça para não pagar o piso salarial do magistério dos professores. Ela também contou ter ouvido o candidato ofender os professores de “vagabundos”.

Ainda no segundo bloco, o bolsonarista Contar afirmou que Eduardo Riedel foi secretário por 6 anos durante o governo de Reinaldo Azambuja(PSDB) e, os dois foram responsáveis pela redução de 30% dos salários dos professores contratados da rede estadual. Riedel respondeu que, se eleito, equiparará no decorrer dos próximos 4 anos os salários de convocados e efetivos. Ele também criticou André por ter deixado para o governo seguinte o pagamento do piso nacional para jornada de 20 horas.

Em sua réplica, Capitão Contar comentou sobre os 67 milhões de reais em propina paga pela JBS ao governador Reinaldo Azambuja, segundo denúncia do Ministério Público Federal e os demais escândalos de corrupção presentes na atual gestão, tais sendo: o Clean (superfaturamento na compra de material de limpeza para as escolas), a Penúria (superfaturamento na compra de cestas básicas) e o Vostok.

Riedel diz que não tem nada a ver com as ações do governador. “Não vou cometer injustiça de condenar uma pessoa que não foi condenada”, defendeu. Em seguida, o ex-secretário aproveitou para acusar a esposa de Contar de responder a 72 processos na Justiça.

O deputado pediu direito de resposta e lhe foi concedido. Contar acusou Riedel de “partir para a baixaria” e “ataque pessoal ao falar da minha mulher”. Ele destacou que Iara sempre atuou na área privada e os processos não envolvem dinheiro público, ele nomeou o ataque como “covardia”.

O senhor mente que faz, mente ao dizer que é bolsonarista, porque nunca defendeu o nosso presidente e está enganando o nosso povo

Afirmou Contar.

Adonis Marcos, do PSOL, entrou no ritmo dos ataques a Riedel ao responsabilizá-lo pelo aumento dos impostos sobre os combustíveis. Eduardo Riedel confirmou esse aumento, mas se defendeu ao falar das reduções sobre o etanol e o diesel. Ele explicou  que a redução na alíquota do ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações causará perda de R $1,4 bilhão no orçamento estadual de 2023.

Giselle Marques(PT)  aproveitou para fazer suas críticas a atual gestão ao falar que professores fazem vaquinha e rifa para pagar internet nas escolas. Riedel disse que o Governo está fazendo o maior programa de fibra ótica da história. A petista reagiu ao falar que o candidato teve oito anos para fazer e não fez.

O ex-prefeito da capital Marquinhos Trad acabou entrando numa situação complicada com a petista, ao comentar a paralisação dos professores em março deste ano e haver cortado  ponto dos profissionais da educação que saíram em defesa do piso do magistério. Ele disse que nunca cortou ponto e desafiou um professor a apresentar o holerite provando o corte. 

Giselle, em sua réplica, denunciou que “estamos vivendo um momento, onde, cada vez mais, os trabalhadores estão sendo oprimidos por essa política do capital que vem vilipendiando os direitos duramente conquistados”.

No término do debate, a família do Capitão Contar, que estava presente no recinto, se dirigiu ao palco, onde aconteceu uma breve discussão entre Eduardo Riedel, Iara e filhas, pelo comentário dos 72 processos contra a esposa do bolsonarista, feito pelo ex-secretário.