
No Mato Grosso do Sul, segundo o SNA (Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento), de 653 crianças que estão em instituições de adoção ou lares temporários, apenas 83 delas estão com a documentação concluída para serem adotadas.
Segundo a presidente da Geaav (Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção), Lídia Pelate, o número baixo de crianças aptas para adotar é porque as demais ainda estão em processo de destituição familiar. De forma minuciosa, o governo investiga todas as possibilidades para a criança voltar à sua família de origem.
“Tem todo um andamento que o judiciário precisa fazer, no sentido de avaliar o retorno da criança a família, que possa assumir os cuidados da criança”, afirmou.
Ainda segundo o SNA, as 83 crianças que estão esperando por um lar, têm a faixa-etária distribuída de 0 a 18 anos, conforme lista abaixo:
- Até 2 anos, existem seis crianças;
- 2 a 4 anos, são seis crianças;
- 4 a 6, são seis crianças;
- 6 a 8, são sete crianças;
- 8 a 10, são seis crianças;
- 10 a 14, são onze crianças;
- 12 a 14, são seis;
- 14 a 16, são dezesseis adolescentes e
- Maiores de 16 anos são 19 adolescentes.
É perceptível a diferença da quantidade de crianças por idade. Os números vão quase aumentando exponencialmente. Lídia explica que a adoção passa por uma peneira de informações e nela está o perfil da criança que os adotantes querem. Por isso, a quantidade de crianças vai aumentando conforme a idade.
“Apesar do alto número de crianças já grandes, vem ocorrendo uma mudança no perfil. Os habilitados já estão aceitando adotar crianças na faixa dos nove anos. O que acontece é que muitos deles possuem irmãos e isso dificulta bastante. Porém, é inegável que os pretendentes preferem crianças recém-nascidas ou de dois a cinco anos”, pontuou.
Como adotar
A adoção no Brasil não é simples. Para entrar na lista de adoção é necessário passar por uma série de fatores que precisa ser aprovado pela justiça brasileira. Para iniciar o procedimento, é necessário fazer uma petição preparada por um defensor público ou advogado. Após, é obrigatório passar por um curso psicossocial e jurídico. O candidato ainda passa por entrevistas e visitas domiciliares que só será validado através de um juiz da vara da Infância e Juventude. Assim que pronto, o recém habilitado entra na fila de espera.
Embora as etapas, qualquer pessoa maior de 18 anos e que tenha a diferença de dezesseis anos da criança ou adolescente podem adotar. Pelate explica que, além desses requisitos, o adotante precisa estar preparado.
“Qualquer pessoa pode adotar uma criança, desde que seja maior de idade e exista diferença de 16 anos entre o adotante e o adotado, tendo as condições mínimas de criação de uma criança, como a de moradia, questão afetiva. Se existe disponibilidade para a pessoa se tornar pai ou mãe.”, concluiu.
Apoio à adoção
A GEAAV é um grupo de apoio de adoção em parceria com a vara da Infância e Juventude, com a preparação de pretendentes para tirar dúvidas, reconhecer, trabalhar essa questão. Não é só para quem vai adotar, mas também para as crianças que estão nas instituições e que precisam de um olhar.