No dia 22 de abril de 1500, conforme a historiografia brasileira, a esquadra de 14 naus, comandada por Pedro Álvares Cabral, chegou “surpreendentemente” na Costa do “Descobrimento”, que descobrimento não tinha nada. Afinal, segundo o historiador Eduardo Bueno em seu livro “Brasil: Uma História”, já havia cerca cinco milhões de indígenas no que viria a se tornar o território brasileiro. Essa tal costa se encontra hoje no sul da Bahia, na cidade de Porto Seguro.

O principal objetivo dessa expedição ainda causa contradições em seus estudiosos. Há quem diga que a intenção era chegar até a Índia, cruzando o Oceano Atlântico, mas também há aqueles que acreditam que essa abertura na rota da frota para o oeste foi proposital. Porém, todos nós sabemos que, proposital ou não, a chegada dos europeus foi a largada para a exploração de um território que seria conhecido como Brasil.

A trajetória desta nação é deplorável por si só. Se pararmos para analisá-la. Nos defrontamos cotidianamente com problemas criados e que perduram desde o começo do período colonial. Para a surpresa de ninguém, todas as “tentativas” – se é que podem ser chamadas assim – foram anuladas pela repressão por parte daqueles que são contra os movimentos sociais e se preocupam apenas em manter seus privilégios, através de políticas de favorecimento. A história oficial diz que a oligarquia “acabou” com a Revolução de 1930, quando, após isso, o Brasil entra em um período de expansão industrial. Mas convenhamos, são os mesmos tipos de pessoas que governam o país há muito tempo, só mudam os nomes.

O processo de desenvolvimento, seja econômico ou social durante a Colônia, o Império e a República, foi baseado nas ações dos comandos “altos” para manterem aqueles que fazem parte das denominadas classes, camadas socais “baixas”: os negros, os indígenas, as mulheres e os pobres. É o país em que a visão eletista prevalece, defendendo a exclusão das massas populares da participação ativa nas decisões nacionais. É o país da escravidão, da massacre, da corrupção, do latifúndio, da oligarquia… São 522 anos de pura decepção