Brasília, joia rara prometida! Esse é o nome do samba, criado em 2020, pela Unidos da Vila Isabel para homenagear a “beleza” que é o nosso Distrito Federal: Brasília. Hoje, ela completa 62 anos, uma cidade que surgiu no meio do nada do Centro-Oeste, diferentemente do resto das cidades brasileiras, ela surgiu com espírito, vontade e planejamento. Mas, antes mesmo de Jucelino Kubichek constituir aquela ideia que ele chamou de “Meta-Síntese”, em seu Programa de Metas – o conhecido “50 anos em 5”, a idealização de Brasília é muito mais antiga do que se pensa.
Em 1821, José Bonifácio de Andrade e Silva, em uma audiência com os deputados paulistas, sugeriu que se levantasse “uma cidade central no interior do Brasil para o assento da Corte ou Regência”, acrescentando que poderia ser “na latitude pouco mais ou menos de 15 graus”, o que coincide com a localização de Brasília. Nesse mesmo documento, ele propôs que tivesse “a denominação de Petrópole, Brasília ou outra coisa”.
A desculpa para a construção de Brasília, segundo o governo da época, era que levar a Capital para o Centro-Oeste do país ajudaria no desenvolvimento econômico da região, que realmente era pouco povoada e, até de certa forma, contribuiu para esse tal desenvolvimento e ações de povoamento. Porém, uma coisa que deu muito certo com a Capital longe dos principais centros urbanos do país foi: apartar o povo do poder, além de dificultar as nossas cobranças ao governo federal.
Ela nasceu cercada de conceitos como novo e melhor futuro, legados de “grandeza nacional”, “novo sistema de vida”, novo homem e nova política. Essa cidade não tem nada de nova, a não ser pelos seus anos de vida. Conseguiu ser uma das cidades mais desiguais do país, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021. Isso é algo que se vê desde o início de sua construção, quando inúmeros trabalhadores e suas famílias viviam nas condições deploráveis em seus barracos improvisados. Segundo a Agência do Senado, “Brasília foi construída em três anos e meio, tornando árdua e complexa a tarefa de recrutar e identificar trabalhadores, conferindo um mínimo de formalidade aos vínculos trabalhistas”.
Brasília foi forjada pelo mito, uma cidade com uma carga simbólica indescritível. Deveria simbolizar a democracia, a racionalidade, a integração da nação, a aspiração e o desenvolvimento, a igualdade e o futuro… No fim das contas, todos nós sabemos que não passou de alienação, corrupção, autoritarismo, desigualdade social escancarada e irracionalidade. Esse é o país que ela consegue representar com triunfo. Parabéns, Brasília, você é a cara do Brasil.
Opinou e entregou história, o maioral!!!!
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