Em meio a tanta desinformação, se faz importante esclarecer dúvidas sobre o uso de alguns medicamentos contra o corona vírus. Algumas dúvidas serão esclarecidas por Omar Lacerda. Pesquisador e mestre em Química pela Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduado em Farmácia-Bacharelado pela mesma, ele atuou nas áreas de síntese orgânica, química medicinal e saúde coletiva, atualmente faz doutorado em química medicinal na UFMS.

Desenvolvidos não só para tratamento, mas até como forma de prevenção, os medicamentos prometem abrir nova perspectiva para o controle da pandemia, ganhou velocidade a corrida para criar uma vacina anticovid. Deu certo, com resultados positivos e queda de mortes nos locais onde há imunização em massa.
Desde o início da pandemia, muitos medicamentos já utilizados em outras doenças foram propostos como possibilidades terapêuticas contra Covid-19 entre eles a cloroquina e seu derivado, a hidroxicloroquina, a ivermectina, a azitromicina entre outros. Esses medicamentos também fazem parte do kit covid.
Em dezembro de 2021, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou um parecer que rejeita o uso da cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros medicamentos sem eficácia contra a Covid-19 para o tratamento de pacientes da doença que não estão internados.
Ivermectina
Ele nos explica quão tóxica pode ser por exemplo a utilização da Ivermectina e porque não foram realizados os testes em vivos. “é um antiparasitário que também apresentou resultados in vitro, os testes em vivos nem foram realizados por conta da quantidade necessária para matar o covid-19, que é extremamente alta deixando uma faixa muito tóxica da ivermectina. Além disso, ela está ligada com vários problemas de fígado. Então, não é um medicamento recomendado para covid-19.”
Azitromicina
“A azitromicina é um antibiótico da classe dos macrolídeos utilizados principalmente para infecção nos sistemas de via superior, também como inferior, no sistema respiratório. Esses medicamentos também apresentaram resultados positivos in vitro indicando melhora, mas estudos mais robustos indicam que não tem eficiência contra Covid-19,” alertou o pesquisador.
Porém, alguns médicos vêm receitando Paracetamol ou até mesmo o Zinco como suplemento, para fortificar o organismo assim ajudando no tratamento contra essa doença. Já o Tamiflu é um medicamento antigripal desenvolvido para que o vírus não adentre dentro das células, existem medicamentos de desenvolvidos nessa linha, que também evita a entrada dentro das células.
Cloroquina
No caso da cloroquina não é indicada para o tratamento de Covid-19, existem estudos que mostram que ela atrapalha, adicionando riscos extras durante o tratamento podendo causar arritmia cardíacas que é um dos efeitos colaterais mais nocivos para quem está passando por esse processo de cura. “O principal efeito colateral da cloroquina é a arritmia cardíaca,” segundo Omar Lacerda.
A cloroquina é um antiparasitário muito utilizado para o tratamento de malária. Ela foi utilizada para o tratamento da covid-19 por causa de alguns testes in vitro que apresentou resultados positivos, porém esses mesmos resultados não se replicaram em modelos vivos. O medicamento se mostrou ineficiente tanto para sars cov 1, quanto para sars cov 2 que é o covid-19.
Movimento antivacina
O movimento antivacina vem ganhando visibilidade por meio de polêmicas, nem todos estão abertos à vacinação ou informados corretamente a respeito das medicações para o tratamento. O processo de desinformação que basicamente se dá por meio das mídias sociais. A linguagem antivacina é muito básica, qualquer um entende. Em contraponto, a científica é de mais difícil entendimento.
“Por medo dos efeitos colaterais que são muito ínfimos perto do efeito da doença. As vacinas saíram muito rápido porque teve uma injeção massiva de dinheiro então, temos que saber diferenciar o que é eficiência e o que é segurança. Eficiência é se a vacina funciona ou não. E segurança é se ela causa algum mal,” segundo Omar Lacerda.
Seguridade da vacina
Segundo o governo de São Paulo, publicado no site oficial, “a Coronavac é produzida com vírus inativados do novo corona vírus (Sars-CoV-2) para inoculação em humanos com a aplicação de duas doses, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da COVID-19”. Graças ao grande investimento em pesquisa na área da saúde, conseguimos desenvolver vacinas com grande seguridade. “No caso as vacinas ficaram muito seguras e algumas nem tão eficientes assim, como Coronavac – é uma vacina muito segura, mas não tão eficiente como a Pfizer ou a Johnson para o corona vírus e da mesma forma seguras,” disse o pesquisador da UFMS.