Livro de Caco Barcellos, Rota 66: A história da polícia que mata

O repórter Caco Barcellos publicou em 1992 o seu primeiro livro “Rota 66: A história da polícia que mata”, com o objetivo de denunciar a ação de matadores oficiais contra civis envolvidos em crimes na cidade. Após a investigação, chegou-se à conclusão de que a maioria das vítimas eram inocentes. Além de outros fatos reveladores presentes no livro. 

Para o levantamento, o jornalista contou com a ajuda de duas pessoas. Sidney, o menino que procurava seus pais, ficou responsável por filtrar as notícias de um jornal que Caco usava como base de apuração, o jornal Notícias Populares, e Daniel Annenberg, que era estudante de jornalismo e auxiliou o escritor com as papeladas do IML (Instituto Médico Legal). Ambos contribuíram para a criação de um Banco de Dados que ajudou na produção do livro e na coleta das informações que eles tinham, era um sistema que contava o número de vítimas que cada policial fazia,  a listagem dos dez maiores matadores dentro da polícia, entre outros dados. 

Foram cerca de oito anos de investigação, que abrange 22 anos da ação da Polícia Militar de São Paulo, contabilizando 4.200 pessoas mortas. O livro traz informações surpreendentes, como a maneira como a polícia altera a cena do crime, o falso testemunho, a implantação de provas, o excessivo gasto do dinheiro público, dentre outras barbaridades envolvendo soldados militares. 

Esse livro ganhador do Prêmio Jabuti é a desconstrução da imagem da polícia pacifica que corre atrás dos criminosos, do perigo, mas sim levanta o questionamento da justiça com as próprias mãos, do preconceito com as pessoas pobres e negras, da injustiça contra os inocentes e da falta de punição aqueles que deveriam servir a lei,  são os que mais saem da regularidade. 

As histórias de homens que morrem tentando fugir da sua própria morte assusta os leitores, mas Caco pensou em cada detalhe e evidenciou as cenas de crime cometido pela polícia. O livro é repleto de dados o que torna um leitura um pouco cansativa para aqueles que não estão acostumados com números, mas são tão necessários tanto o título, pois mostra a realidade escondida por aqueles que mostram eficiência com trabalho inadequado.