“As diferentes áreas de atuação do jornalista” foi o tema principal do último dia do 72 Horas de Jornalismo, que se encerrou nesta quinta-feira, dia 28 de outubro de 2021. O evento foi coordenado pelos acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). A mesa redonda contou com a presença dos jornalistas Edevaldo Nascimento, Rogério Valdez e Paula Maciulevicius, todos egressos da UCDB. Eles comentaram sobre suas trajetórias e as vivências da área de atuação específica no decorrer da profissão.
Trajetória no Rural
O jornalismo Rural foi a pauta abordada pelo jornalista Edevaldo Nascimento. Ele é editor-chefe, repórter e apresentador do programa Mais Agro, da TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso do Sul. Nascimento contou como a sua trajetória no jornalismo começou.
“Eu abandonei um concurso público para assumir uma vaga de estágio temporário na TV Morena, por um ano, ganhando três vezes menos. A força de vontade, dedicação e o foco acabam fazendo muita diferença na vida da gente. E foi a partir daí que entrei para o jornalismo e foi uma experiência fantástica, e eu sabia que só tinha uma oportunidade. Costumo dizer que as oportunidades são como as águas de um rio que passam e você nunca consegue pegá-las duas vezes naquele mesmo momento, você tem que aproveitar e eu aproveitei”.
Em 2008, Edevaldo ingressou na cobertura do agronegócio. Ele conta que surgiu a oportunidade de fazer reportagens e de apresentar o programa, que na época era o “MS Rural”. Com isso, ele passou a apresentar e a fazer reportagens uma vez por semana, e ainda assim, trabalhando no jornalismo diário até o fim de 2011 quando a Camila Caires, sua companheira de trabalho, deixou a empresa. Por conta disso, Edevaldo Nascimento foi convidado a se dedicar exclusivamente ao Agro e assumiu o programa como editor-chefe e apresentador, dedicando-se exclusivamente nessa área de atuação. Ao longo do tempo Nascimento foi adquirindo cada vez mais experiência e tomando conhecimento da amplitude que o campo oferece, seja ele na agricultura, pecuária ou até mesmo no setor de indústria da transformação.
Jornalismo Literário
Paula Maciulevicius é jornalista e tem se dedicado ao jornalismo interpretativo e literário. Em 2011, ingressou no Campo Grande News na editoria Cidades, depois Polícia e, em 2013, passou a integrar a equipe do Lado B. Ela conta que o jornalismo literário e interpretativo surgiu quando os professores da instituição chamaram-na para participar dos eventos. Em decorrência disso, foi despertando em Paula o interesse e a curiosidade, ela menciona que a partir disso ela teve uma chance para explorar ao máximo que essa área oferece. Na percepção da jornalista, na época as tecnologias não eram tão avançadas, então, ela descrevia com a maior riqueza de detalhes naquele contexto proposto.
“Fazer com que as pessoas entrassem na história comigo foi acontecendo de uma forma muito natural, porque eu sempre fiz aquilo que eu gostaria de ler, sempre com a cabeça de leitor e isso leva tempo na profissão e tempo para escrever. Fizemos pautas muito bacanas no Lado B e eu me orgulho de abrir para cidade a personagem, a história, as casas, os estabelecimentos”.
Aos poucos os outros veículos de comunicação abriram espaços para contar histórias de um modo mais criativo e viram que tinham leitores e telespectadores que acompanhavam assiduamente. E através do jornalismo literário e interpretativo as pessoas foram se encontrando e se identificando cada vez mais.
Comunicação Corporativa
Rogério Valdez atua na área de assessoria de imprensa e de comunicação. Graduado em Jornalismo pela UCDB, é pós-graduado em Comunicação e Marketing e Mídias Digitais. Atualmente, é assessor de comunicação da Aegea Saneamento e Participações S.A, no Centro-Oeste. Ele conta que sempre atuou na assessoria e já entrou trabalhando nessa área no Estado. Logo após o término do curso, Rogério permaneceu um ano e meio no estado. Depois disso, ele começou a trabalhar na Águas Guariroba. Eles fazem a gestão do Marketing da empresa, direta ou indiretamente, tudo passa pela comunicação. A empresa é formada por jornalistas e são poucas as pessoas que pertencem a outras áreas.
“Em Campo Grande temos uma pessoa dedicada a Águas Guariroba e através da gerência nós fazemos a gestão de todas essas áreas. Nós cuidamos de Endomarketing, assessoria de imprensa, branding, pois é muito amplo e nós precisamos nos firmar como marca em todas as cidades em que nós estamos. Então, precisamos trabalhar com esse tipo de gestão e se comunicar com a comunidade”.
“A assessoria de imprensa é uma das atividades que constituem a comunicação de uma empresa ou organização. Se buscarmos o principal objetivo da área, podemos citar a busca pela mídia espontânea a partir do bom relacionamento com os profissionais responsáveis pela criação de conteúdo para ferramentas de comunicação. É uma parte importante de uma boa comunicação e desenvolvimento”.
Assessoria na prática
Durante o 72 Horas, o jornalista Lucas Cavalheiro, que trabalha com a assessoria de imprensa do maior hospital de Mato Grosso do Sul – a Santa Casa de Campo Grande, também falou com os acadêmicos. De dentro do hospital, Cavalheiro contou que eles fazem o papel de intermediação com os veículos e da comunidade. A assessoria é uma ponte do assessorado com os jornalistas e com os demais veículos de comunicação.
“A nossa rotina pela manhã é atualizar todos os pacientes que estão sendo acompanhados pelos veículos de comunicação e dar essa atualização do fator clínico. O hospital está se adequando à lei geral de proteção de dados, então nós temos procurado atender o máximo possível da necessidade dos nossos colegas jornalistas”, explicou Lucas Cavalheiro.
Período de Pandemia
O jornalista explicou que, com as restrições rígidas impostas durante a pandemia, a circulação de jornalistas dentro do hospital diminuiu. Então, a assessoria passou a produzir os vídeos para serem veiculados, passaram a produzir mais fotos sobre a realidade enfrentada nesse período. Isso acabou facilitando, no contexto geral, em trazer uma clareza maior para o entendimento da população e através disso atender as demandas dos jornalistas para manter os veículos sempre atualizados.
“Tem sido um desafio muito grande para nós e, graças a Deus, já se fala no encerramento desse período de pandemia, a gente conseguiu fazer um trabalho relevante e continuar prestando apoio e auxílio aos veículos de comunicação”.
Lucas Cavalheiro destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas, eles conseguiram compreender de uma maneira empática a necessidade de ter um bom vídeo, imagem e uma boa apuração para ser veiculada de forma responsável.