Enilton Zalla é delegado da Polícia Civil, professor de concurso da polícia e, principalmente, piloto de voo comercial. Nesse momento, Enilton é sócio de uma escola de aviação em Campo Grande (MS) chamada Alfa, homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), onde também é instrutor nos cursos de formação para piloto privado, piloto comercial, piloto de helicóptero e comissários.
“Acervo Pessoal; Enilton Zalla como Delegado”
Quando se fala de piloto comercial, com destaque da polícia, é possível haver histórias inacreditáveis e inéditas. Zalla possui diversas experiências salvando vidas, por exemplo.
Nesta entrevista, ele conta um pouco mais sobre suas histórias, o seu ponto de vista e como concilia sua vida pessoal com um trabalho relativamente perigoso, mas emocionantemente essencial.
Zalla, com 49 anos de idade, tem dois filhos, Ricardo de 29 anos e o Lorenzo de apenas 5 aninhos. Sua carreira como piloto começou no aeroclube de Aquidauana e se formou pelo grupamento aéreo de Mato Grosso do Sul. Ele ainda explica sobre as etapas da profissão de piloto:
Zalla: Como piloto, você começa como piloto privado, na sequência, vai para piloto comercial e é quando você tem 200 horas. E por diante é quando você tem outras habilitações. A minha última habilitação foi em 2018 com o avião multimotor.

Quando surgiu o interesse por aviões?
Zalla: Desde pequenininho, meu sonho desde pequeno. Minha tia me levava para voar, para ver aviões no aeroporto de Congonhas e ali nasceu a paixão.
Antes de exercer a profissão de aviador, o senhor se formou como Delegado, em 2006, e como piloto, se formou em 2008. Como começou essa trajetória?
Zalla: No estado de Mato Grosso do Sul, tem um setor que cuida dos transportes aéreos, das missões aéreas que são feitas por aviões e como servidor do Estado, eu vi uma oportunidade de atuar nessa área. Logo, eu corri atrás para me tornar piloto, me formar e ir crescendo. Agora, eu estou chegando no auge da carreira, estou chegando a comandante das aeronaves. É uma trajetória de muita luta, de muito acreditar, de muito investimento pessoal, de tempo. Eu fui para vários lugares para aprender a voar, já estive em São Paulo, em Minas Gerais, Pará de Minas, Bauru, enfim, vários lugares onde eu estudava em escolas e evoluindo minha carreira. Ter um domínio sobre a aeronave, sobre o voo, é demorado, isso é com o “tempo de janela“.
O senhor passou por alguns perrengues nos ares?
Zalla – “Sim, graças a Deus”- Zalla sorri ao contar sobre sua experiência de voo que deu errado e que para outras pessoas seria apavorante, mas não para ele.- Já tive vários, mas o primeiro que eu tive, foi em 2009. Nós (os pilotos que o acompanhavam) tivemos uma pane de sistema elétrico e do sistema hidráulico do avião monomotor. Voamos sem energia, pois estava chovendo muito e quando pousamos o avião não freou. Mas não houve nenhum tipo de problema ou incidente mais grave neste dia.
O profissional aéreo esclarece que é muito comum enfrentar o mau tempo em viagens de aviões:
Zalla: Até pouco tempo, enfrentamos um mau tempo bem complicado em Curitiba, mas somos treinados para voar bem nesses tempos. Como acreditamos nos equipamentos que voamos e somos bem treinados, esses perrengues passam a ser parte do nosso cotidiano, sempre com grande aprendizado e aos poucos vai se acostumando, se torna algo rotineiro.
Ele ainda conclui que como piloto profissional, sempre antes de voar, são verificadas a meteorologia e as condições do aeródromo. Ou seja, eles sempre se antecipam para evitar passar por problemas e não colocar vidas em risco
“Acervo Pessoal Enilton Zalla”
Qual o seu sentimento quando o senhor está nas alturas?
Zalla: É indescritível. É um prazer misturado com a satisfação de fazer aquilo que gosta. É muito profundo, porque voar é um privilégio! Sempre foi um dos maiores sonhos do homem, já que quando você voa e tendo isso como profissão, é muito abençoado por parte de Deus, eu tenho muita gratidão.
Qual papel da sua família na profissão que o senhor exerce?
Zalla: “Minha família é minha base, tudo para mim. Mas é a grande prejudicada pela minha ausência, só que eles sempre me apoiam. É também o único receio que eu tenho, caso aconteça alguma coisa e eu não esteja mais presente. Por isso, eu sempre procuro me preparar muito antes, para não ter nenhum tipo de problema. Contudo, eu me sinto mais seguro lá em cima, do que aqui embaixo”
Quais seus planos para o futuro?
Zalla: Meu plano é fazer com que a escola de aviação (Alfa) preste um serviço de qualidade, encontrando em grandes centros. Trabalho muito para conquistar isso e trabalhar para o nosso estado de Mato Grosso do Sul. Sou apaixonado pela profissão de delegado, mas à medida que vai avançando nossa idade, vamos procurando outras atividades, para não ficar perdido ao me aposentar.

Qual lugar que voou que ficou mais maravilhado?
Zalla: São Paulo (SP). É realmente um deslumbre voar em São Paulo. É uma mistura de muita preparação, pois é bem difícil e é uma situação muito impactante para o piloto. Eu acho que igual lá eu ainda não vivi algo parecido. Ainda amo voar no Pantanal (MS), é muito gostoso, sempre nas missões como bombeiro eu voo por aquela região”.
Ele explica que morou 6 anos em Corumbá e como piloto, conheceu muito bem o Pantanal (MS).
Zalla: É como se fosse o quintal da minha casa.
Melhor memória de voo que o senhor já teve?
Zalla: “Agora, muito recente e forte! Encontramos ( Ele e os bombeiros de voo) dois pescadores perdidos no rio Paraguai, no Paraguai, eu estava no avião quando encontrei. Vibramos como crianças quando encontramos esses dois advogados perdidos. Foi muito emocionante esse voo, foi marcante na minha vida e na do Coronel Hamilton que estava junto comigo. Eu senti que íamos encontrar e encontramos.
Matéria muito bem elaborada, adorei ler sobre a história do Enilton
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Parabéns Barbara
Ótimo trabalho.
Abraços
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