Usuários de ônibus urbano em Campo Grande são submetidos a transportes coletivos lotados e sem distanciamento social

Os passageiros, que dependem do transporte público, em várias capitais do Brasil têm sofrido com as aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus. Aglomeração em ambiente fechado, panes, atraso, falta de limpeza e fiscalização são diversos os problemas que já faziam parte do cotidiano antes da pandemia e se agravam devido ao alto risco de contágio. Muitas pessoas foram obrigadas a saírem de casa sob o risco de infecção e que não viram alternativa diante das necessidades básicas da família.

Em um ambiente “lata de sardinha” como esse, termo usual entre os ocupantes dos coletivos, o uso de máscaras pelos que lá estão é de um deboche sutil. Ninguém pega um transporte lotado por diversão em meio a uma pandemia assassina. Um das linhas mais lotadas é a linha 80, onde os passageiros apelidaram de “Coletivo Aero Vírus”. Quem começou com a ironia foi a professora Maria Aparecida da Silva, 32 anos, que na segunda-feira passada precisou ir de ônibus do bairro Aero Rancho para uma consulta médica na Unidade de Pronto Atendimento Walfrido Arruda – Upa Coronel Antonino. Ela conseguiu atestado de meio período, e procurou um horário alternativo, por volta das 10h da manhã, para escapar dos horários de pico da linha. No entanto, foi surpreendida e encontrou o “busão” lotado. “Venha participar conosco da convenção “Aero vírus”, a linha mais contaminada do pedaço. Agetran e Consórcio Guaicurus unidas em um só propósito: contaminar geral”, afirmou à trabalhadora.

Os especialistas dizem que as aglomerações no transporte público são resultado da falta de planejamento. Para eles, as autoridades tiveram tempo, desde o início da pandemia, para traçar estratégias que diminuíssem o risco para os passageiros. Conforme o decreto municipal de Campo Grande, por conta do número de casos de coronavírus, a ocupação máxima dentro dos ônibus deveria ser de 70%.

O Consórcio Guaicurus – responsável pelas empresas de transporte coletivo, e Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) foram procurados para falar do assunto, mas não retornaram às ligações.