Estado tem sido um dos piores do Brasil nas taxas de isolamento social
Em março de 2020, o Brasil se viu diante de uma crise sanitária global que obrigou milhões de brasileiros a se isolarem em suas casas, a fim de evitar o contágio do novo Coronavírus. Pouco mais de um ano se passou, e hoje é possível fazer uma contagem simples dos que ainda se isolam da sociedade, saindo de casa apenas para o necessário.
Mato Grosso do Sul, que no começo da pandemia serviu como exemplo para outros Estados em número de contaminados, internados e mortos, hoje está na penúltima posição quanto à taxa de isolamento social, além de, a cada semana, o número de mortos aumentar exponencialmente. O Estado atingiu a marca de 43,19% no Índice de isolamento social, ficando à frente apenas do Rio de Janeiro. Dentre os melhores resultados estão o Estado do Acre, que atingiu 56.31%, Rio Grande do Sul, com 50,79%, e o Ceará, com 50,40%.


A administradora Julia Menezes faz parte do grupo de pessoas que mantém rigoroso o distanciamento social. Ela e sua família optaram pelo isolamento completo para a proteção, sobretudo de seu irmão, que pertence ao espectro autista, além de possuir outras comorbidades. Julia explica que o maior desafio tem sido estar longe da família e dos amigos, bem como de fazer atividades que antes estavam presentes em sua rotina. “Estar com a família tem me feito bem, porque eu consigo organizar as coisas em casa melhor, consigo dar mais atenção a eles enquanto cumpro outros afazeres domésticos ou mesmo do trabalho”, contou.
A jovem é uma das milhares de pessoas que passaram a trabalhar na modalidade “home office”, trazendo todo o trabalho para dentro de casa. Dessa forma, ela consegue se manter isolada da sociedade, saindo apenas para o necessário, como fazer compras no supermercado ou farmácia.

Outro jovem que tem se mantido isolado é o estudante Kainan de Melo, que encontrou, no isolamento, a oportunidade de voltar a exercer um hobby que antes, pela correria da vida, não estava sendo possível: o de desenhar.
“Eu não criei nenhuma nova habilidade nessa pandemia, mas tirei tempo dos meus dias para praticar algo que eu gosto, que é desenhar. Então, algo que eu fazia pontualmente em dias específicos, passei a fazer de forma que se torne um hábito”, disse o estudante.
Para a psicóloga Isadora Ferreira (CRP-14/07154-5), ficar confinado em casa pode trazer sintomas psicológicos tais como alteração de padrões alimentares, pensamentos obsessivos sobre a doença, além de oportunizar o surgimento de certos vícios.
A profissional explicou, ainda, que cada indivíduo deve encontrar aquilo que mais lhe satisfaça para ajudar no período de isolamento em casa. “O autoconhecimento e experimentar atividades novas pode ser o remediador na questão da distração. Assistir filmes e séries, jogos de tabuleiros, quebra-cabeça, ler alguns livros, são os meus favoritos, pois ajuda na reflexão, desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento pessoal”, explicou.
Escute aqui o podcast com as entrevistas completas.